domingo, 5 de abril de 2009

Darwin vs Mendel

Mendel foi o primeiro geneticista conhecido. Com os seus estudos, por muito que contendo factores alienígenas incontroláveis, Mendel comprovou que geneticamente (termo ainda não referido por este) os factores e características passavam de pais para filhos, hereditariamente, na sua regra de 3:1. Esta explicação era a justificação necessária na teoria evolucionista de Darwin, para explicar a maneira como algumas características “evoluíam” e outras se extinguiam.

Porém, ainda que as teorias de Mendel se enquadrassem perfeitamente nas ideias de Darwin, na altura em que Mendel as começou a estudar, em nada auxiliaria na teoria evolutiva. Ainda não existiam meios de comprovar completamente os dados que Mendel obtinha nas suas experimentações (pelo que se explica os quase 35 anos que as suas descobertas permaneceram na escuridão), e o próprio Mendel não interligava as suas teorias com algo relacionado com evolução (enquadremos a situação no termo histórico da época, Mendel era um monge devotado, logo completamente Criacionista). Para não falar do facto de que na altura, era impossível Mendel aliar as suas descobertas a Darwin, ou Darwin aceitar as descobertas de Mendel. Não é por um cientista estar a escrever uma teoria evolucionária, que irá englobar nesta todas as ideias “tresloucadas” da altura. Sendo que se Darwin englobasse a teoria de Mendel na sua, ou se incluísse dados desta, era mais um argumento impossível de comprovar, e mais um motivo de polémica e de descrédito para o seu nome no seio da comunidade científica (algo que Darwin temia).

A genética e a evolução Darwiniana foram inimigos desde o início de ambos os conceitos. Ao mesmo tempo que Darwin afirmava que os seres podiam “evoluir” para outros seres, Mendel demonstrava que características individuais mantinham-se constantes. Enquanto as ideias de Darwin se baseavam em fundamentos erróneos e não testados sobre hereditariedade, as conclusões de Mendel foram fundadas em experimentação cuidada.”

Se Darwin pudesse aceder aos trabalhos de Mendel já comprovados, tal poderia levar a que mudasse a sua teoria, adicionando factos e argumentos que se enquadram bem na teoria evolutiva, mas enquanto os conceitos de Darwin se baseavam em “variação, mutação, e “ligeira” hereditariedade”, os de Mendel assentavam em “variação descontinua e hereditariedade extremamente acentuada, sem mutações”.

Então, se Darwin tivesse tomado conhecimento das teorias de Mendel na altura, pouco poderia mudar, ou auxiliar na teoria evolutiva. Poderia ter encontrado alguma resposta para as suas perguntas, mas não existia na altura maneira de comprovar a genética que apenas começou a ganhar a sua importância no final do século XIX, vistas comprovadas as teorias de Mendel. Logo não existiria uma teoria tão sólida como a que apareceu futuramente (neo-Darwinismo) aliando a evolução à genética, com comprovações científicas e bases em experimentações cuidadosas. Na altura em que a teoria evolutiva foi publicada, mesmo com a ajuda dos trabalhos de Mendel, Charles Darwin nunca teria conseguido interpretar tantos factores, não atingindo uma teoria tão coesa como o Neo-Darwinismo, que aliou todas as áreas da Biologia, tornando a Genética e a Evolução irmãos de mãos dadas.

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