domingo, 31 de maio de 2009

Resumo sobre " A evolução da vida"


                                           A EVOLUÇÃO DA VIDA



A enorme diversidade de seres vivos sempre fascinou a humanidade. As idéias mais consistentes sobre a evolução dos seres vivos foram propostas pelos naturalistas ingleses Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, em um trabalho conjunto apresentado na reunião da Linnean Society da 1° de Julho de 1858. Um ano mais tarde, em 1859, Charles Darwin publicou um dos mais importantes livros da história da humanidade, (que fala sobre a origem das espécies por meio de seleção natural , ou a preservação das raças favorecidas na luta pela sobrevivência).
Nesse Livro Darwin lançou as bases da "teoria evolucionista",essa teoria trouxe mudanças radicais no pensamento científico, permitindo compreender nossa relação de parentesco com as outras espécies biológicas.

     Pesquisas em diferentes áreas da Biologia mostram evidências de que o processo evolutivo é o responsável pela diversidade da vida.Segundo a teoria evolucionista, à medida que a Terra era colonizada pelos primeiros seres vivos, as espécies se diversificaram, originando outras. Muitas espécies extinguiram-se e outras perpetuaram-se até hoje. Esse processo tee início com os primeiros seres vivos, há mais de 3,5 bilhões de anos, e continua até nossos dias. Entre as principais evidências da evolução, os cientistas apontam: a) a adaptação dos seres vivos a seus ambientes; b) os fósseis; c) as semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre as espécies.

                                                       Adaptação        

     Adaptação é o ajustamento que todo organismo apresenta em relação ao ambiente em que vive. Observe que qualquer ser vivo tem os detalhes de sua anotomia, de suafisiologia e de seu comportamento adequados ao seu modo de vida. A teoria evolucionista explica: os indivíduos de uma população apresentam diferenças genéticas entre si; portadores de características adaptativas tendem a ter mais chances de sobreviver e de deixar descendentes. Esses por sua vez, transmitem seus genes e, consequentemente, suas características adaptativas aos descendentes. Dessa forma, as características da população modificam-se ao longo das gerações, tornado-se gradativamente mais adequadas e eficientes.

                                                            Fósseis

    Fósseis são vestígios de sers que viveram em épocas remotas. Os fósseis podem ser de diversos tipos: esqueletos, dentes, pegadas impressas em rochas, ossos, fezes petrificadas, animas conservados no gelo, etc. Fósseis são o mais forte argumento a fovor da teroria em que nosso planeta ja foi habitado por seres diferentes dos que existem hoje, dos quias descendem evolutivamente.
     Para que ocorra fossilização, são nescessárias condições extremamente favoráveis à preservação do cadáver ou do vestígio deixado por um organismo. Essas condições podem ocorrer, por exemplo, quando um cadáver é coberto por sedimentos como areia, argila, etc., em geral em ambientes alagados. Os sedimentos depositados podem se compactar e originar o que os geólogos denominam rocha sedimentar. No interior da rocha, os vestígios do organismo podem se preservar, vindo a construir um dos diferentes tipos de fóssil.

                           Evidência anatômicas da evolução

     Certas espécies apresentam estruturas corporais com organização anatômica bastante semelhante, apesar de desempenharem funções diferentes. De acordo com o evolucionismo, a explicação para essas semelhanças é que todos os animais mencionados descendem de uma mesma espécie ancestral que viveu em um passado remoto, da qual herdaram o padrão de estrutura óssea. Durante a evolução de cada grupo de vertebrados, a forma de muitos ossos modificou-se em função da adaptação das espécies a modos de vida diferentes, mas conservou o padrão estrutural básico do ancestral.
    Quando se acomponha a formação embrionária de estruturas co organização anatômica semelhante, em diferentes espécies, verifica-se que elas se originam e se desenvolvem de maneira muito parecida. Isso é explicado pelo fato de ser nessa fase do desenvolvimento que ocorre a definição do plano básico de organização corporal, que os organismos aparentados herdaram de um ancestral comum
Estruturas corporais ou órgãos que se desenvolvem de modo semelhante em embriões de detreminadas espécies, são denominados órgãos homólogos, esses orgãos podem desempenhar funções diferentes. Por outro lado, determinados órgãos  que desempenham a mesma função em certas espécies podem ter origens embrionárias completamente diferentes.Nesse caso, fala-se em orgãos análogos, a teoria da evolução explica a semelhança entre orgãos homólogos pelo fato de que eles terem sido herdados do ancestral comum de um grupo de espécie. As funções diferentes que os orgãos homólogos podem ter, são explicadas pelo fato de as espécies terem se diversificado ao longo da evolução, cada uma desenvolvem um modo de vida particular, devido à adaptação, òrgãos de origem semelhante podem ter se diversificado quanto a função. Essa diversificação de órgãos homólogos decorrente da adaptação a modos de vida diferentes é denominada divergência evolutiva.
     Orgãos anólogos, são estruturas que apareceram de forma independenteem diferentes grupos de organismos, constituindo adaptações a modos de vida semelhantes. Assim, durante a evolução, a adaptação pode levar organismos pouco aparentados a desenvolver estruturas e formas corporais semelhantes, o que é denominado convergência evolutiva.

                     Evidências moleculares da evolução

    As modernas técnicas de análise bioquímica têm revelado grande semelhança entre a estrutura molecular de diversos organismos, as proteínas são os constituintes fundamentais de qualquer ser vivo, e todas as formas de vida atuais têm proteínas formadas pelos mesmos vinte tipos de aminoácido. Os biólogos evolucionistas acreditam que os seres vivos têm proteínas semelhantes  porque herdaram  de seus ancestrais o sistema de codificação genética, basicamente o mesmo em todas as formas atuais de vida do planeta.
    A análise comparativa de proteínas e de ácidos nucléicos tem comfirmado as semelhanças anatômicas e embrionárias já verificadas entre certos organismos. Um exemplo é a comparação de sequencia de aminoácidos do citocromo C. Essa proteína é exatamente a mesma na espécie humana e nos chimpanzés. Quando se compara o citocromo C humano com o das baleias, nota-se que eles diferem quanto à posição de 8 aminoácidos

domingo, 5 de abril de 2009

Trabalho sobre Charles Darwin 200 anos

Esse trabalho foi realizado pelo grupo do 2°ano, turma 01 do Ensino Médio do colégio Assis Chateaubriand(fsa-ba)

componentes:

*Allan Evangelista
*Aline
*Ana Valeska
*Erick
*Géssica Mattos
*Iago
*Jaqueline
*Jefté Natan
*Rafaniel

Darwin no Brasil


Darwin volta ao Rio - 200 anos depois

Quase dois séculos depois, o naturalista e filósofo britânico desembarca novamente no Rio de Janeiro. A exposição "Darwin: Descubra o Homem e a Teoria Revolucionária que Mudou o Mundo" ficará em cartaz entre os dias 23 de janeiro e 20 de abril de 2008


"Pela manhã desembarquei com Earl nas escadarias do Palácio [Paço Imperial]; nós então caminhamos pelas ruas, admirando sua aparência alegre e povoada...pelas cores alegres das casas, ornadas por sacadas, pelas numerosas igrejas e conventos, pelo número de pessoas apressadas pelas ruas, a cidade ganha uma aparência que é sinal da capital comercial da América do Sul".

Assim descreveu Charles Darwin em seu diário quando conheceu a então capital do Brasil, o Rio de Janeiro.

Quase dois séculos depois, o naturalista e filósofo britânico desembarca novamente no Rio de Janeiro. A exposição "Darwin: Descubra o Homem e a Teoria Revolucionária que Mudou o Mundo" - montada pela primeira vez no MASP - Museu de Arte de São Paulo, no ano passado - conta com oito seções que retratam a trajetória de vida de Darwin, a expedição do Beagle, a descoberta de espécimes e o desenvolvimento da teoria da evolução por seleção natural.

Em cartaz a partir do dia 23 de janeiro no Museu Histórico Nacional, a exposição, que em São Paulo levou mais de 175.000 visitantes ao MASP, contará com animais vivos e plantas, além de uma área dedicada à viagem feita a bordo do HMS Beagle - que foi ampliada com a criação cenográfica da Mata Atlântica. A seção ainda revela detalhes exclusivos sobre a trajetória de Darwin pela América Latina e, em especial, pelo Rio de Janeiro.

Trazida ao Brasil pelo Instituto Sangari, em parceria com o Museu de História Natural de Nova York, a mostra ficará em cartaz entre os dias 23 de janeiro e 20 de abril de 2008. Para mais informações, basta acessar o site da exposição, que será apresentada em outras capitais brasileiras como Brasília, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, entre outras.

Mesmo depois de tanto tempo Darwin não foi esquecido e todos seus ensinamentos comtinuam até hoje!



A vida de Charles Darwin


Charles Robert Darwin

(shrewsbury, 12 de Fevereiro de 1809 — downe,Kent , 19 de Abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado o paradigma central para explicação de diversos fenômenos na Biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geolôgica de Londres, em 1859.

Darwin começou a se interessar por história natural na universidade enquanto era estudante de Medicina e, depois, Teologia. A sua viagem de cinco anos a bordo do Beagle e escritos posteriores trouxeram-lhe reconhecimento como geólogo e fama como escritor. Suas observações da natureza levaram-no ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvolvimento da teoria da Seleção Natural. Consciente de que outros antes dele tinham sido severamente punidos por sugerir idéias como aquela, ele as confiou apenas a amigos próximos e continuou a sua pesquisa tentando antecipar possíveis objeções. Contudo, a informação de que Alfred Russel Wallace tinha desenvolvido uma idéia similar forçou a publicação conjunta das suas teorias em 1858.

Em seu livro de 1859, "A Origem das Espécies" (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), ele introduziu a idéia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural. Esta se tornou a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. Ele ingressou na Royal Society e continuou a sua pesquisa, escrevendo uma série de livros sobre plantas e animais, incluindo a espécie humana, notavelmente "A descendência de Homem e Seleção em relação ao sexo" (The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, 1871) e "A expressão de Emoção em Homens e Animais" (The Expression of the Emotions in Man and Animals, 1872).

Em reconhecimento à importância do seu trabalho, Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo a Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton. Foi uma das cinco pessoas não ligadas à família real inglesa a ter um funeral de Estado no século XIX.

Infância e educação


A viagem do Beagle durou quatro anos e nove meses, dois terços dos quais Darwin esteve em terra firme.[18][1] Ele estudou uma rica variedade de características geológicas, fósseis, organismos vivos e conheceu muitas pessoas, entre nativos e colonos. Darwin coletou metodicamente um enorme número de espécimes, muitos dos quais novos para a ciência. Isto estabeleceu a sua reputação como um naturalista e fez dele um dos precursores do campo da Ecologia, particularmente a noção de Biocenose. Suas anotações detalhadas mostravam seu dom para a teorização e formaram a base para seus trabalhos posteriores, bem como forneceram visões sociais, políticas e antropológicas sobre as regiões que ele visitou.[19]

Durante a viagem, Darwin leu o livro "Princípios da Geologia" de Charles Lyell, que descrevia características geológicas como o resultado de processos graduais ocorrendo ao longo de grandes períodos de tempo. Ele escreveu para casa que via formações naturais como se através dos olhos de Lyell: degraus planos de pedras com o aspecto característico de erosão por água e conchas na Patagônia eram sinais claros de praias que haviam se elevado;[20] no Chile, ele experimentou um terremoto e observou pilhas de mexilhões encalhadas acima da maré alta o que mostrava que toda a área havia sido elevada; e mesmo no alto dos Andes ele foi capaz de coletar conchas. Darwin ainda teorizou que atóis de coral iam se formando gradualmente em montanhas vulcânicas à medida que estas afundavam no mar, uma idéia confirmada posteriormente quando o Beagle esteve nas ilhas Cocos (keeling).[21][22]

Na América do Sul, ele descobriu fósseis de animais extintos como o megaterium e o gliptodonte em camadas que não mostravam quaisquer sinais de catástrofe ou mudanças climáticas. Naquele tempo, ele pensava que aquelas eram espécimes similares às encontradas na África mas, após a sua volta, Richard Owen lhe mostrou que os fósseis encontrados eram mais similares a animais não extintos que viviam na mesma região (preguiças e tatus).[23] Na Argentina, duas espécies de ema viviam em territórios separados mas compartilhavam áreas comuns. Nas ilhas Galápagos, Darwin descobriu que cotovias (mockingbirds) diferiam de uma ilha para outra. Ao retornar à Inglaterra, foi lhe mostrado que o mesmo ocorria com as tartarugas e tentilhões. O rato-canguru e o ornitorrinco, encontrados na Austrália, eram animais tão estranhos que levaram Darwin a pensar que "Um incrédulo... poderia dizer que 'seguramente dois criadores diferentes estiveram em ação'". Todas estas observações o deixaram muito intrigado e, na primeira edição de "A Viagem do Beagle", ele explicou a distribuição das espécies à luz da teoria de Charles Lyell de "centros de criação". Em edições posteriores, ele já dava indicações de como via a fauna encontrada nas Ilhas Galápagos como evidência para a evolução: "é possível imaginar que algumas espécies de aves neste arquipélago derivam de um número pequeno de espécies de aves encontradas originalmente e que se modificaram para diferentes finalidades".

Três nativos foram trazidos de volta pelo Beagle para a Terra do Fogo. Eles tinham sido "civilizados" na Inglaterra nos dois anos anteriores, ainda que os seus parentes parecessem à Darwin selvagens pouco acima de outros animais.[24] Em um ano, entretanto, aqueles missionários voltaram ao que eram e, de fato, preferiam esta condição uma vez que não quiseram retornar à Inglaterra.[25] Esta experiência somada a repulsa de Darwin pela escravidão[26] e outros abusos que ele viu em vários lugares, tais como o tratamento desumano dos nativos por colonos ingleses na Tasmânia, o persuadiram de que não há justificativa moral para maltratar outros homens baseado no conceito de raça. Ele passou então a acreditar que a humanidade não se encontrava tão distante dos outros animais como diziam seus amigos do clero.

A bordo do barco, Darwin sofria constantemente de enjôo. Em outubro de 1833 ele pegou uma febre na Argentina e em julho de 1834, enquanto retornando dos Andes a Valparaíso, adoeceu e ficou um mês de cama. De 1837 em diante, Darwin passou a sofrer repetidamente de dores estomacais, vômitos, graves tremores, palpitações, e outros sintomas. Estes sintomas se agravavam particularmente em épocas de estresse, tais como quando tinha de lidar com as controvérsias relacionadas à sua teoria. A causa da doença de Darwin foi desconhecida durante a sua vida e tentativas de tratamento tiveram pouco sucesso. Uma idéia esposada por Kettlewell e Julian Huxley, no início da década de 1960, defende que ele contraiu a Doença de Chagas ao ser picado por um inseto na América do Sul. No entanto, os autores reconhecem que especialistas nessa doença indicam que não há concordância dos sintomas de Darwin com os da doença. Outras possíveis causas incluem problemas psicológicos e a doença de Ménière.

A viagem do Beagle


A viagem do Beagle durou quatro anos e nove meses, dois terços dos quais Darwin esteve em terra firme.[18][1] Ele estudou uma rica variedade de características geológicas, fósseis, organismos vivos e conheceu muitas pessoas, entre nativos e colonos. Darwin coletou metodicamente um enorme número de espécimes, muitos dos quais novos para a ciência. Isto estabeleceu a sua reputação como um naturalista e fez dele um dos precursores do campo da Ecologia, particularmente a noção de Biocenose. Suas anotações detalhadas mostravam seu dom para a teorização e formaram a base para seus trabalhos posteriores, bem como forneceram visões sociais, políticas e antropológicas sobre as regiões que ele visitou.[19]

Durante a viagem, Darwin leu o livro "Princípios da Geologia" de Charles Lyell, que descrevia características geológicas como o resultado de processos graduais ocorrendo ao longo de grandes períodos de tempo. Ele escreveu para casa que via formações naturais como se através dos olhos de Lyell: degraus planos de pedras com o aspecto característico de erosão por água e conchas na Patagônia eram sinais claros de praias que haviam se elevado;[20] no Chile, ele experimentou um terremoto e observou pilhas de mexilhões encalhadas acima da maré alta o que mostrava que toda a área havia sido elevada; e mesmo no alto dos Andes ele foi capaz de coletar conchas. Darwin ainda teorizou que atóis de coral iam se formando gradualmente em montanhas vulcânicas à medida que estas afundavam no mar, uma idéia confirmada posteriormente quando o Beagle esteve nas ilhas Cocos (keeling).[21][22]

Na América do Sul, ele descobriu fósseis de animais extintos como o megaterium e o gliptodonte em camadas que não mostravam quaisquer sinais de catástrofe ou mudanças climáticas. Naquele tempo, ele pensava que aquelas eram espécimes similares às encontradas na África mas, após a sua volta, Richard Owen lhe mostrou que os fósseis encontrados eram mais similares a animais não extintos que viviam na mesma região (preguiças e tatus).[23] Na Argentina, duas espécies de ema viviam em territórios separados mas compartilhavam áreas comuns. Nas ilhas Galápagos, Darwin descobriu que cotovias (mockingbirds) diferiam de uma ilha para outra. Ao retornar à Inglaterra, foi lhe mostrado que o mesmo ocorria com as tartarugas e tentilhões. O rato-canguru e o ornitorrinco, encontrados na Austrália, eram animais tão estranhos que levaram Darwin a pensar que "Um incrédulo... poderia dizer que 'seguramente dois criadores diferentes estiveram em ação'". Todas estas observações o deixaram muito intrigado e, na primeira edição de "A Viagem do Beagle", ele explicou a distribuição das espécies à luz da teoria de Charles Lyell de "centros de criação". Em edições posteriores, ele já dava indicações de como via a fauna encontrada nas Ilhas Galápagos como evidência para a evolução: "é possível imaginar que algumas espécies de aves neste arquipélago derivam de um número pequeno de espécies de aves encontradas originalmente e que se modificaram para diferentes finalidades".

Três nativos foram trazidos de volta pelo Beagle para a Terra do Fogo. Eles tinham sido "civilizados" na Inglaterra nos dois anos anteriores, ainda que os seus parentes parecessem à Darwin selvagens pouco acima de outros animais.[24] Em um ano, entretanto, aqueles missionários voltaram ao que eram e, de fato, preferiam esta condição uma vez que não quiseram retornar à Inglaterra.[25] Esta experiência somada a repulsa de Darwin pela escravidão[26] e outros abusos que ele viu em vários lugares, tais como o tratamento desumano dos nativos por colonos ingleses na Tasmânia, o persuadiram de que não há justificativa moral para maltratar outros homens baseado no conceito de raça. Ele passou então a acreditar que a humanidade não se encontrava tão distante dos outros animais como diziam seus amigos do clero.

A bordo do barco, Darwin sofria constantemente de enjôo. Em outubro de 1833 ele pegou uma febre na Argentina e em julho de 1834, enquanto retornando dos Andes a Valparaíso, adoeceu e ficou um mês de cama. De 1837 em diante, Darwin passou a sofrer repetidamente de dores estomacais, vômitos, graves tremores, palpitações, e outros sintomas. Estes sintomas se agravavam particularmente em épocas de estresse, tais como quando tinha de lidar com as controvérsias relacionadas à sua teoria. A causa da doença de Darwin foi desconhecida durante a sua vida e tentativas de tratamento tiveram pouco sucesso. Uma idéia esposada por Kettlewell e Julian Huxley, no início da década de 1960, defende que ele contraiu a Doença de Chagas ao ser picado por um inseto na América do Sul. No entanto, os autores reconhecem que especialistas nessa doença indicam que não há concordância dos sintomas de Darwin com os da doença. Outras possíveis causas incluem problemas psicológicos e a doença de Ménière.

Carreira como cientista e concepção da teoria


Enquanto Darwin ainda estava em viagem, Henslow cuidadosamente cultivou a reputação de seu antigo pupilo fornecendo a vários naturalistas os espécimes fósseis e cópias impressas das descrições geológicas que Darwin fazia.[27] Quando o Beagle retornou em 2 de outubro de 1836, Darwin era uma celebridade no meio científico. Ele visitou a sua casa em Shrewsbury e descobriu que seu pai havia feito vários investimentos de forma que Darwin pudesse ter uma vida tranqüila. Mais que isto, ele poderia ter uma carreira científica autofinanciada. Darwin foi então a Cambridge e convenceu Henslow a fazer descrições botânicas das plantas que ele havia coletado. Depois se dirigiu a Londres onde procurou os melhores naturalistas para descrever as suas outras coleções de forma a poder publicá-las posteriormente. Um entusiasmado Charles Lyell encontrou Darwin em 29 de outubro e o apresentou ao jovem e promissor anatomista Richard Owen. Depois de trabalhar na coleção de ossos fossilizados de Darwin no Royal College of Surgeons, Owen surpreendeu a todos ao revelar que alguns dos ossos eram de tatus e preguiças gigantes extintas. Isto melhorou a reputação de Darwin. Com a ajuda entusiasmada de Lyell, Darwin apresentou seu primeiro artigo na Geological Society de Londres em 4 de janeiro de 1837, afirmando que a massa terrestre da América do Sul estava se erguendo lentamente. No mesmo dia, Darwin apresentou seus espécimes de mamíferos e aves à Zoological Society. Os mamíferos ficaram aos cuidados de George R. Waterhouse. Embora, em princípio, os pássaros parecessem merecer menos atenção, o ornitólogo John Gould revelou que o que Darwin pensara serem corruíras (wrens), melros e tentilhões levemente modificados de Galápagos eram de fato tentilhões, mas cada um de uma espécie distinta. Outros no Beagle, incluindo o capitão FitzRoy, também tinham coletado estes pássaros mas haviam sido mais cuidadosos com suas anotações, o que permitiu a Darwin determinar de que ilha cada espécie era originária.[28]

Em Londres, Darwin ficava com o seu irmão e livre pensador Erasmus e, em jantares, eles encontravam-se com outros pensadores que imaginavam um Deus guiando a sua criação unicamente por meio de leis naturais. Entre eles, estava a escritora Harriet Martineau, cujas histórias promoviam a reforma das leis de proteção social de acordo com as idéias de Malthus. Nos meios científicos, idéias como a transformação de uma espécie em outra (transmutação) eram controversamente associadas com radicalismo político. Por isto, Darwin preferia a respeitabilidade de seus amigos mesmo quando não concordava plenamente com as idéias deles, tais como a crença de que a história natural devesse justificar religiões ou ordem social.

Em 17 de fevereiro de 1837, Lyell aproveitou o seu discurso presidencial na Geological Society para apresentar as descobertas de Owen em relação aos fósseis de Darwin, enfatizando as implicações do fato de que espécies extintas encontradas em uma região fossem relacionadas a outras que viviam atualmente na mesma região.[29] Neste mesmo encontro, Darwin foi eleito para o conselho da Geological Society. Ele já tinha sido convidado por FitzRoy para contribuir com o seu diário e notas pessoais para a seção de história natural do livro que o capitão estava escrevendo sobre a viagem do Beagle. Darwin também estava trabalhando em um livro sobre a geologia da América do Sul. Ao mesmo tempo, ele especulava sobre a transmutação de espécies no caderno de anotações que ele tinha iniciado no Beagle. Outro projeto que ele iniciou na mesma época foi a organização dos relatórios dos vários especialistas que haviam trabalhado em suas coleções em um livro de múltiplos volumes chamado "Zoologia da viagem do H.M.S. Beagle" (Zoology of the Voyage of H.M.S. Beagle). Darwin concluiu o seu diário em 20 de junho e, em julho, iniciou seu livro secreto sobre transmutação, onde desenvolveu a hipótese de que, apesar de cada ilha de Galápagos ter sua própria espécie de tartaruga, todas elas eram originárias de uma única espécie que tinha se adaptado à vida nas diferentes ilhas de diferentes modos.

Sob a pressão de concluir Zoologia e corrigir as revisões de seu diário, a saúde de Darwin deteriorou. Em 20 de setembro de 1837, ele sofreu palpitações do coração e foi passar um mês no campo para se recuperar. Ele visitou Maer Hall onde sua tia inválida estava sob os cuidados de sua irmã Emma Wedgwood e entreteve seus parentes com as histórias de suas viagens. Após o seu retorno do campo, ele evitava tomar parte de eventos oficiais que poderiam lhe tomar um tempo precioso. Contudo, por volta de março de 1838, William Whewell o recrutou como secretário da Geological Society. Mas logo a sua doença o forçou a novamente deixar seu trabalho e ele seguiu para Escócia para "fazer geologia". Ali, visitou Glen Roy para ver um fenômeno conhecido como "estradas" (roads) que ele (incorretamente) identificou como praias que se elevaram.

Completamente recuperado, ele retornou a Shrewsbury. Raciocinando cientificamente sobre a sua carreira e ambições, ele fez uma lista com as colunas "Casar" e "Não casar". Entradas na coluna pró-casamento incluíam "companhia constante e um amigo na velhice ... melhor que um cão de qualquer modo," enquanto listado entre as desvantagens estavam "menos dinheiro para livros" e "terrível perda de tempo". Os prós venceram. Ele discutiu a idéia de casar com o pai e então foi visitar sua prima Emma em 29 de julho de 1838. Ele não propôs casamento mas, contrariando os conselhos do pai, contou-lhe sobre as suas idéias de transmutação de espécies. Enquanto os seus pensamentos e trabalho continuavam em Londres, durante o outono, sua saúde voltou a definhar e ele passou a sofrer repetidas crises. Em 11 de novembro ele pediu Emma em casamento e, uma vez mais, lhe falou de suas idéias. Ela aceitou mas permaneceria sempre preocupada que os lapsos de fé de Darwin acabariam por pôr em risco a possibilidade de, como ela acreditava, se encontrarem após a morte.

Darwin considerou o raciocínio de Malthus de que a população humana aumenta mais rapidamente que a produção de alimentos, levando-a a uma competição e tornando qualquer esforço de caridade inútil. Ele viu naquela idéia uma forma de explicar (a) seus achados sobre espécies extintas que se relacionavam mais com outras não extintas encontradas na mesma região, (b) a similaridade entre espécies próximas umas das outras, (c) suas dúvidas derivadas da criação de animais e (d) sua incerteza quanto a existência de uma "lei de harmonia" na natureza. No fim de novembro de 1838, ele começou a comparar o processo de seleção de características feito por criadores de animais com uma natureza Malthusiana selecionando variantes aleatoriamente de forma que "toda a parte de uma nova característica adquirida é colocada em prática e aperfeiçoada", e pensou nisto como "a mais bela parte da minha teoria" de como novas espécies se originam. Ele estava procurando uma casa e acabou por encontrar "Macaw Cottage" na rua Gower, Londres, e então mudou seu "museu" para lá em dezembro. Ele já mostrava sinais de cansaço e Emma lhe escreveu sugerindo que ele descansasse, comentando quase profeticamente "Não adoeça mais meu querido Charley até que eu esteja aí para cuidar de você". Em 24 de janeiro de 1839, Darwin foi eleito membro da Royal Society e apresentou seu artigo sobre as "estradas" de Glen Roy